O toque do cuidado: Como proteger a pele durante os tratamentos oncológicos
A doença oncológica é uma condição complexa que impacta profundamente não só o corpo, mas também a estabilidade emocional e social do doente, afetando igualmente a vida dos familiares que acompanham esta difícil batalha. Embora a medicina tenha progredido de forma extraordinária, trazendo novas abordagens aos tratamentos oncológicos como a imunoterapia, para além das já conhecidas e bem estabelecidas quimio e radioterapia, o caminho é desafiante. Estes avanços proporcionam melhores prognósticos, mas os efeitos secundários, especialmente na pele, são uma realidade frequente.
As alterações na pele, tão visíveis como desconfortáveis, surgem frequentemente ao longo dos tratamentos e variam consoante o tipo de cancro, a duração da terapêutica, entre outros fatores clínicos. Entre os efeitos adversos mais comuns estão a secura da pele (xerose), descamação, sensação de repuxamento, vermelhidão, comichão, fotossensibilidade, radiodermite, e ainda alterações no cabelo e nas unhas. Estes sintomas podem afetar gravemente o bem-estar físico e emocional do doente, e em casos extremos, forçar a interrupção dos tratamentos, comprometendo o processo de recuperação.
A importância de cuidar da pele em todas as etapas do tratamento oncológico
Dado o impacto significativo que o tratamento oncológico causa na pele, é crucial adotar uma rotina de autocuidado que ajude a atenuar esses efeitos e a contribuir para a sua proteção. Manter a pele saudável contribui para que o doente possa prosseguir com o tratamento com mais conforto, confiança e assim sentir uma melhor qualidade de vida. A higiene adequada e suave, a hidratação frequente e a proteção solar são cuidados fundamentais e fazem parte integrante dos cuidados de suporte durante todo o percurso do tratamento oncológico.
Estas rotinas simples de autocuidado podem fazer a diferença na manutenção do estado de saúde da pele e bem-estar geral.
Cuidados essenciais para a pele durante a doença oncológica
Embora simples, a rotina de cuidados da pele durante o tratamento oncológico é essencial para preservar o bem-estar do doente e aliviar os desconfortos provocados pelo tratamento. A rotina começa com uma higiene delicada, recorrendo a produtos suaves, hidratantes que respeitem o pH fisiológico da pele, oferecendo uma sensação de conforto. A água do banho deve ser morna, e o duche deve ser breve para evitar a secura da pele.
A rotina continua após o banho, com a aplicação de um creme condicionador com propriedades hidratantes e emolientes, adequado para peles sensíveis e reativas. O creme deve ser aplicado, no mínimo, uma vez por dia, para aliviar o desconforto, a eventual comichão e a sensação de ardor, ajudando a fortalecer a barreira cutânea contra agressões externas. Este momento de autocuidado pode também proporcionar um efeito relaxante, já que a massagem suave da pele não só melhora e estimula a circulação, como também ajuda a reduzir o stress e a promover o bem-estar físico e mental.
Nos casos de efeitos adversos mais graves, como irritações, fissuras ou queimaduras resultantes da radioterapia, é essencial incorporar cuidados regeneradores específicos que ajudem a reparar a pele. Estes cuidados devem ser sempre orientados e acompanhados por um profissional de saúde.
Proteção solar: Um cuidado indispensável durante os tratamentos oncológicos
A pele durante um tratamento oncológico torna-se mais sensível e vulnerável aos raios UVA e UVB fazendo com que a proteção solar seja uma medida fundamental para evitar danos como queimaduras, manchas e eritema. A aplicação de um protetor solar de amplo espectro, com um fator de proteção 50+, que já sendo indispensável durante todo o ano, torna-se imprescindível para o doente oncológico. É ainda importante reduzir a exposição solar nas horas de maior intensidade, entre as 11h e as 16h, usar chapéu de aba largas, óculos escuros e roupas que cubram o corpo. O protetor solar deve ser de fácil aplicação, hipoalergénico, sem perfume e adequado para peles sensíveis e reativas.
Estes gestos simples de autocuidado são fundamentais, contribuem para o conforto, o bem-estar físico e emocional, melhorando significativamente a qualidade de vida do doente durante o exigente processo terapêutico.
Sofia Costa
Gestora de Produto – Laboratório Edol