Mitos sobre a higiene dos Bebés

Mitos sobre a higiene dos bébés

Conheça alguns mitos sobre a higiene da pele dos bebés

A pele do bebé, devido à sua fragilidade e baixa capacidade de proteção contra as ações e agressões externas, exige uma maior atenção e cuidado.
Muito é dito relativamente ao cuidado desta pele tão sensível, dificultando a perceção do que é verdade ou mito. Conheça de seguida alguns mitos sobre a higiene dos bebés:

Mito 1

“A água é suficiente para lavar a pele do bebé”

A água por si só não consegue remover a sujidade da pele do bebé, pois esta engloba resíduos lipídicos (gordura) que só se conseguem remover com ajuda de um agente de limpeza (tensioativo) adicionado na água. Estes tensioativos devem ser suaves para não agredirem a pele do bebé.

Mito 2

“Os produtos sem fragrância e sem perfume são sempre as melhores escolhas para a higiene do bebé”

Os alérgenos são potenciais causadores de irritação da pele do bebé, no entanto, há fragrâncias desenvolvidas com um muito reduzido teor de alérgenos e que reduzem ao máximo a probabilidade de reações alérgicas de uma pele normal. Geralmente na indicação dos produtos formulados com essa preocupação pode ler-se “Formulado para minimizar o risco de reação alérgica.”

Os produtos que foram formuladas sem qualquer alérgeno na sua composição e que após dermatologicamente testados não causaram qualquer reação cutânea podem apresentar a alegação “Hipoalergénico” na sua embalagem e/ou cartonagem.

Mito 3

“Os óleos vegetais são melhores para a pele do bebé só por serem naturais”

Os produtos naturais também podem provocar efeitos indesejáveis. É importante conhecer a sua proveniência e modo de produção (extração, pureza, estabilidade) para garantir que se trata de um produto natural seguro e cumpridor da legislação em vigor.

Mito 4

“Todos os produtos com ingredientes que não se conseguem pronunciar são más escolhas para a pele do bebé”

Os ingredientes constantes na rotulagem de um produto cosmético estão de acordo com o Glossário da Comissão Europeia que considera as nomenclaturas internacionalmente reconhecidas, incluindo a nomenclatura internacional dos ingredientes cosméticos (INCI). Por vezes essas descrições são complexas de ler.

Os mais interessados podem saber mais sobre cada um desses ingredientes acedendo ao site público da Comissão Europeia, que é o organismo europeu que supervisiona na União Europeia a regulamentação dos produtos cosméticos e de higiene corporal. A base de dados com informação sobre as substâncias e ingredientes usados em cosméticos chama-se CosIng, Cosmetic Ingredient & Substances.

Pode aceder em: https://ec.europa.eu/growth/tools-databases/cosing/index.cfm, e depois para pesquisar um ingrediente clicar no link “Search in the CosIng database

Mito 5

“Os conservantes são desnecessários e prejudiciais”

Os conservantes têm como finalidade principal ou exclusiva inibir o desenvolvimento de microrganismos no produto cosmético. As substâncias que podem ser utilizadas como conservantes estão legisladas, e cumprem com muitos requisitos de segurança para uso na pele. Têm ainda de fazer parte da lista dos conservantes autorizados nos produtos cosméticos da Comissão Europeia.

Os produtos cosméticos que contêm água na sua composição são muito suscetíveis ao desenvolvimento de leveduras, fungos e outros microorganismos, pelo que a sua estabilidade e conservação deve ser mantida pelo uso de conservantes seguros e bem conhecidos.

Mito 6

“pH fisiológico da pele é o mesmo que pH neutro”

O pH fisiológico varia com a zona do corpo e tem normalmente um valor ácido que pode variar entre 4,5 e 6. A pele normal de um adulto tem um pH 5,5. A escala de pH varia de 1 a 14 sendo o valor neutro o pH 7, valores de pH<7 correspondem a pH ácido e valores de pH > 7 correspondem a um pH básico.

Uma pele sã, quando sujeita a alterações momentâneas de pH, consegue fisiologicamente restabelecer o seu pH natural. No entanto, deve dar-se preferência ao uso de produtos cosméticos e de higiene corporal que respeitam o pH fisiológico, pois as alterações de pH para valores superiores ao pH fisiológico facilitam a proliferação de microrganismos patogénicos que fazem parte da microbioma, que podem desencadear irritação, edema e prurido na superfície da pele.

Ana Cristina M. Correia Matos
PhD | Training Manager no Laboratório EDOL – Produtos Farmacêuticos, S.A.